21 de outubro de 2013

A Garota de Papel de Guillaume Musso

A garota de papel conta a história de Tom Boyd, o escritor do momento.

Os dois primeiros volumes de sua Trilogia dos anjos já venderam milhões de exemplares e colecionam fãs no mundo inteiro. Mas, ao perder seu grande amor, Tom cai em uma profunda crise criativa e se sente incapaz de escrever uma única linha do esperado último livro da trilogia, recorrendo à bebida e às drogas para aliviar sua dor.

Certa noite, uma misteriosa mulher aparece em sua casa e afirma ser Billie, personagem de seus romances, caída da página do livro para o mundo real por causa de um erro de impressão no segundo volume da trilogia. Se Tom não voltar a escrever, ela morrerá.

Juntos, eles saem em uma fabulosa jornada ao longo das costas californiana e mexicana para tentar recuperar o amor perdido de Tom e, assim, sua inspiração. O que ele nem desconfia, porém, é que o destino é caprichoso e talvez as coisas não sejam como ele imagina...

A garota de papel é uma história de amor e suspense que transcende a ficção, uma aventura romântica e bem-humorada.

 

Esse é o primeiro livro do autor que leio, apesar de sempre ouvir falar muito bem dele e ter altas recomendações sobre suas obras. Nem preciso dizer que fiquei encantada com o estilo dele e me apaixonei pela história de Tom e Billie.

Tom é um escritor de sucesso que está escrevendo A Trilogia dos Anjos – livros best sellers e com direitos cinematográficos já comprados. Ele ainda não escreveu o terceiro volume quando conhece Aurore, uma pianista clássica super famosa e que troca de homem como troca de roupa. Claro que a paixão fulminante acaba rápido, deixando Tom um caco de homem, bebendo e usando drogas e sem inspiração alguma para terminar a saga...

Para piorar (sempre que a gente tá por baixo, dá-se um jeito de cair ainda mais) ele começa a enfrentar problemas financeiros e vê tudo o que construiu ir ruindo aos poucos. É quando seus melhores amigos,  Milo e Carole, decidem que está na hora fazer Tom enfrentar a realidade e sair do estupor que se encontra. Mas o que realmente resolve é o aparecimento de Billie, sua personagem secundária na série,  que resolve vir para o mundo real dar um wake up call em Tom e exigir que ele complete a trilogia para que ela possa voltar ao mundo imaginário!

O livro é uma delícia – o relacionamento entre Tom e Billie, autor e criatura, é fantástico e o modo como Billie bebe a vida é lindo demais! Devo confessar que no início Tom me irritou com sua atitude derrotista e por não perceber que Aurore era mulher inconstante e que o que passou, passou... Vê-lo sofrendo e sofrendo por um amor malfadado foi horrível e não via a hora de ele passar uma borracha por cima daquilo e seguir em frente. Billie foi o sopro de vida que ele precisava – se bem que demorou para ele perceber – e quando ele finalmente se abriu, foi aí que me encantei por ele e vi o quanto ele era talentoso!

Fora que há todo um mistério sobre um determinado exemplar que viaja muito e vai mudando a vida de cada pessoa que entra em contato com ele... Adorei seguir a saga desse livro também, além da saga de Tom e Billie e Milo e Carole. Os segredos e reviravoltas que vamos descobrindo no decorrer da leitura só enriquece ainda mais as cenas.

A história mostra bem o quanto livros e personagens mudam a vida dos leitores. As cartas e e-mails que Tom recebe falando o quanto seus livros foram importantes na vida dos leitores – e o fato de Billie ser fundamental para Tom – mostra bem como a simbiose autor-livro-leitor é o que faz da literatura algo mágico e delicioso. E quem nunca desejou que um personagem realmente existisse e viesse ao mundo real não deve ter lido com muita emoção... Um livro absolutamente belo. Recomendo.

16 de outubro de 2013

Drawn Together de Lauren Dane

A tatuadora Raven Smith é bruta e dura, frágil e cansada, misteriosa e bela. Embora não esconda seu doloroso passado, ela mantem uma parede ao redor de seu coração. Ela é sexualmente livre, mas ninguém conhece a verdadeira Raven debaixo de seu espinhoso exterior.

Com uma voz esfumaçada, Jonah Warner é um advogado de fala macia e altamente bem sucedido, com um corpo que nunca deveria ser escondido por um terno. Ele é o tipo de homem que não aceita não como resposta e sempre consegue o que quer. E o que ele quer é Raven. Ela é uma sobrevivente, e ele acho isso incrivelmente sedutor.

Jonah entra embaixo de sua pele, de uma forma que Raven nunca experimentou. Ele a faz quebrar suas regras – inclusive a regra de não monogamia.

Mas quando uma figura do passado de Raven aparece no estúdio de tatuagem e joga uma bomba na vida dela, o relacionamento deles encara o desafio maior...

Brown Siblings # 6

Eu simplesmente adoro essa série! Os personagens são apaixonantes e as tramas são maravilhosas.

Já conhecemos Raven de outros livros e ela sempre foi uma bitch! Ela é uma personagem misteriosa e intensa que se esforça muito para viver à margem da vida de seus amigos, mas o modo como ela se abre para Alexander (o filho de 4 anos de Erin) e as outras crianças da série, trai a frieza e indiferença que ela tenta demonstrar. Ela é  a melhor amiga de Erin e teve uma amizade com benefícios (e bota benefícios nisso!!!!) com Brody. Ela também foi a vilã na vida de Elise quando o relacionamento dela e Brody começou a ficar sério. Mas aos poucos fomos vendo um outro lado de Raven e ela foi ficando legal, mas não esperava nunca gostar dela. Até ler essa história...

Tudo começa quando Jonah, irmão mais velho de Levi (de Sway), resolve fazer uma tatuagem nas costas e é aconselhado por Brody a procurar Raven. Como andam no mesmo círculo de amizades, Jonah já tinha visto a tatuadora e sentindo uma certa atração por ela. Claro que ele aproveita a oportunidade para se aproximar. O que ele não esperava era que a atração cresceria tanto a ponto de dominar a vida de ambos e se transformar num amor intenso e lindo!

Jonah é um herói maravilhoso! Ele é um homem divorciado e com uma filha de 17 anos e que já está se preparando para ir a Universidade. Ele é rico e bem sucedido na profissão e na vida. Um único senão é que ele sempre desejou viver um relacionamento Dom/sub e nunca encontrou a mulher ideal para isso. E para surpresa dele, e de nós leitoras, em Raven ele encontrou a parceira perfeita! Juro que nunca esperei ver Raven como submissa, principalmente pelo jeito e atitudes que ela sempre teve. Mas ver os dois juntos e a interação e cumplicidade que tinham foi simplesmente fantástico!

Jonah e Raven são simplesmente hot hot hot juntos! E ele consegue ir fazendo Raven confiar nele a ponto de ir se abrindo e contando fatos de seu passado. E é então que vamos vendo como Raven realmente se fez sozinha e porque ela é do jeito que é.  Jonah é um homem paciente e intenso e apaixonante! Como Raven, somos irresistivelmente atraídas por ele e fica impossível não cair de amores pelo belo advogado. Um dos melhores heróis que li ultimamente, sem dúvida!

Lauren, como sempre, constrói uma história deliciosa e cheia de amor e romance e companheirismo. Amo o modo como ela nos faz viajar no livro, pois seus personagens namoram, vão dançar e se divertir com os amigos, jantam em família e dão valor a essa interação. E, claro, transam e se amam e vivem conflitos, mas acima de tudo conversam e estão presentes na vida do outro e são do tipo que largam tudo para ficar ao lado do outro na alegria ou tristeza. Enfim, eles têm uma vida como a nossa e é fácil se identificar com eles!

12 de outubro de 2013

Bruxos e Bruxas de James Patterson e Gabrielle Charbonnet

 

No meio da noite, os irmãos Allgood, Whit e Wisty, foram arrancados de sua casa, acusados de bruxaria e jogados em uma prisão. Milhares de outros jovens como eles também foram sequestrados, acusados e presos. Outros tantos estão desaparecidos. O destino destes jovens é desconhecido, mas assim é o mundo sob o regime da Nova Ordem, um governo opressor que acredita que todos os menores de dezoito anos são naturalmente suspeitos de conspiração. E o pior ainda está por vir, porque O Único Que É O Único não poupará esforços para acabar com a vida e a liberdade, com os livros e a música, com a arte e a magia, nem para extirpar tudo que tenha a ver com a vida de um adolescente normal. Caberá aos irmãos, Whit e Wisty, lutar contra esta terrível realidade que não está nada longe de nós.

Witch & Wizard # 1

 

Conhecia James Patterson dos livros de Alex Cross e foi muito interessante ver que ele também é um bom escritor de YA e Fantasia! Bruxos e Bruxas é uma história com um bom ritmo e um suspense bem pensado.

Tudo começa com Whit E Wisty e seus pais sendo violentamente despertados por soldados da Nova Ordem que vieram prendê-los por Bruxaria. Dois adolescentes – Whit com 17, quase 18; e Wisty com 15 – eles não têm ideia do que estão sendo acusados, nem do que está acontecendo com o mundo em que vivem! Seus pais ficam misteriosamente quietos e não os ajudam na hora da prisão, apenas entregando a eles, como únicos objetos que poderão levar da casa, uma baqueta para Wisty e um diário em branco para Whit.

E assim eles são conduzidos a uma cela, ao julgamento – que é totalmente uma fraude, pois eles não têm direito a defesa – e à prisão, onde enfrentam todo tipo de dificuldades e torturas, inclusive fome e sede. E, através desse calvário todo, eles vão descobrindo que realmente eles têm poderes, mas não fazem ideia de como controlá-los  e usá-los para escapar...

O livro vai num crescendo nos mostrando como Whit e Wisty vão se descobrindo bruxos e poderosos e como isso vai influenciar a vida deles daqui para frente. As aventuras e desventuras são bem legais e conseguem nos fazer rir e nos deixar emocionados. O universo em que a série acontecerá é rapidamente apresentado e alguns personagens secundários vão começando a roubar a cena.  Acho que o único senão é que achei a história um tanto infantil demais  e isso me deixou um tantinho desestimulada, pois esperava algo mais forte e dramático.

Agora, um dos aspectos que me chamaram a atenção  é o fato de a Nova Ordem ter chegado ao poder através do voto e, depois, se tornar uma ditadura tirânica de alto grau! Lembrou o Nazismo  onde a "democracia"  é só uma fachada para o totalitarismo e que só chegou ao poder pelo voto dos cidadãos de bem. Whit e Wisty nunca tinham ouvido falar do Único que é o Único antes de serem presos e sentenciados, sinal de que estavam totalmente desligados do que se passava no mundo ao redor... Um alerta para estarmos atentos a quem colocamos no poder e em quem acreditamos – e bom para fazer os jovens pararem para pensar e observar a cena política com mais cuidado, pois, como diz o livro, eles é que farão o futuro...

6 de outubro de 2013

A Time for Home de Alexis Morgan

Conforme Nick Jenkins viaja das zonas de guerra do Afeganistão para a cidade natal de seu companheiro, os tipos de feridas que ele carrega consigo tem pouco a ver com os danos causados pelos estilhaços em seu braço. Sobrecarregado com a culpa pela falha em salvar seu amigo Spence, Nick está ainda assim decidido a encontrar um lar para o cachorro que foi a companhia constante de Spence.

Callie Redding, amiga de infância de Spence, ficou chocada ao descobrir que ele lhe deixou a sua casa vitoriana. Ela ficou ainda mais surpresa quando um de seus amigos de guerra aparece com um cão a seu lado – e um grande peso nos ombros. Com um tributo a vida de seu amigo, Nick concorda em ajudar Callie a transformar sua herança em uma bem vinda pousada para a cidade de Snowberry Creek.

Mas enquanto trabalham através de seu luto, eles também compartilham algo mais precioso: a fé de que vale a pena lutar pelo amor....

 Snowberry Creek # 1

 

Eu adoro livros sobre soldados que voltam da guerra – ou estão na guerra (li  Grito de Guerra umas cinco vezes na adolescência) – e quando uma autora que curto,  como Alexis Morgan, resolve trazer uma história sobre soldados, é claro que tinha de aproveitar!

Nick Jenkins voltou para casa ferido e perdido. Ele perdeu seu melhor amigo, Spence, e teve o outro melhor amigo, Leif, ferido na perna no mesmo ataque em que se feriu no braço. O veículo em que percorriam as ruas do Afeganistão foi atacado e Nick teve de escolher quem socorrer primeiro: Spence, que ficou Acudir Leif primeiro para depois buscar Spence, que numa outra onda do ataque acabou perecendo, faz com que Nick se culpe sem parar e não encontre paz, mesmo em seu período de folga. E, assim inquieto, ele decide levar Mooch para seu novo lar.

E quem é Mooch? Mooch é o vira lata afegão que salvou todo um pelotão de um atirador – e acabou levando um tiro por causa disso! Spence se apegou ao cão e o tratou do ferimento e conseguiu que uma fundação o enviasse aos EUA (para a casa dos pais de Nick, até eles saírem de folga). Agora Nick resolveu levar Mooch para a cidade natal de Spence e entregá-lo a Callie Redding, melhor amiga de Spence e sua herdeira.

Callie e Spence cresceram juntos em Snowberry Creek e sempre foram os melhores amigos. E qual não foi a surpresa ao saber que Spence lhe deixou a casa e dinheiro como herança – o que a indispôs com o tio e primo do amigo que consideram a casa como parte do patrimônio familiar. Callie é especialista em computação e viaja de cidade em cidade como consultora de segurança, ajudando as empresas a aperfeiçoarem seus sistemas contra ataques de hackers. Essa herança a faz desejar criar raízes novamente em sua cidade natal abrindo uma pousada. E a chegada de Nick e Mooch ajudam a cimentar a ideia ainda mais.

O relacionamento de Nick e Callie é bem conturbado, pois Nick luta com todas as forças para resistir e não se apaixonar pela mulher que considera do melhor amigo. Já Callie fica irritada com o comportamento instável de Nick e não entende porque uma hora ele está todo carinhoso e na outra ele se fecha. Para Callie, Spence era como um irmão e não o homem com quem ela pensaria em se relacionar. E até Nick perceber isso vai chão... Mas a história é uma delícia e tem até um suspense bem interessante!

Esse é o primeiro volume de uma série que promete, pois amei os personagens secundários que já apareceram: Leif, Gage, o chefe de polícia, Bridey, a dona do café e melhor amiga de Callie, e a cidade de Snowberry Creek como um todo.

1 de outubro de 2013

Todo dia de David Levithan

Toda manhã, A acorda em um corpo diferente, em uma vida diferente. Não há qualquer aviso sobre quem será ou onde estará em seguida. De menina a menino, rebelde a certinho, tímido a popular, saudável a doente; A precisa se adaptar.

Já se acostumou com isso e até criou algumas regras para si. Primeira: nunca se apegar; segunda: jamais interferir. E tudo corre bem... até que A desperta no corpo de Justin e conhece sua namorada, Rhiannon.

A partir desse momento, as regras pelas quais tem vivido não fazem mais sentido. Porque, finalmente, A encontrou alguém com quem quer ficar; dia após dia, todo dia. Mas como esperar que uma pessoa que sempre viveu uma vida normal possa entender a realidade de A? Ou até mesmo acreditar nela?

Enquanto lutam para se reencontrar a cada a cada 24 horas, ambos precisam enfrentar seus próprios demônios, superar suas limitações e redefinir suas prioridades. Rhiannon conseguirá ficar com alguém que muda a cada dia? E até onde A acha justo (ou ético) interferir nas vidas de quem habita? Mas, principalmente, o amor pode mesmo vencer qualquer barreira?

Every Day # 1

Esse livro é de uma criatividade enorme. Ao ler o resumo fiquei super curiosa pra ler e entender como A vive mudando de corpo em corpo e como o autor iria desenvolver tal história. E posso afirmar: ele me surpreendeu a cada página!

A acorda a cada manhã num corpo diferente. Pode ser homem ou mulher. Pode ser atleta ou drogado. Pode ser saudável ou doente. Gordo ou magro. Branco ou negro. Hétero ou gay. A cada despertar ele tem de acessar as lembranças do corpo que está habitando e viver da melhor maneira possível para não causar problemas a seu hospedeiro. Ele tenta fazer o melhor que sabe e podemos perceber que A é um cara legal e ético. Ele tenta interferir o mínimo possível na vida da pessoa que ele será nesse dia. A não ser no dia em que habita o corpo de Justin e conhece Rhiannon...  Nesse dia, A resolve ser ele mesmo e ter um dia diferente.

Rhiannon desperta em A um lado protetor que ele não sabia existir. Ele consegue ver a fragilidade e o modo como ela deseja a atenção e carinho de Justin e resolve dar isso a ela. Eles tiram a tarde para ir ver o mar e conversar e se beijar. Uma tarde mágica que mexe com A e o faz desejar mais da vida que leva do que sabe ser capaz de ter. Mas como manter um relacionamento se ele não sabe onde vai estar e quem vai ser no dia seguinte? E, mais importante, como convencer Rhiannon de que ele é A, um ser com personalidade própria,  mesmo estando em corpos diferente todos os dias?

Eu adorei o modo como David vai nos conduzindo pela história de amor entre A e Rhiannon através dos dias. Em cada pessoa que A habita há uma lição, uma vida, um corpo e uma vontade que A precisa conhecer e vivenciar. A muda muito depois de conhecer Rhiannon e começa a interferir na vida dos hospedeiros na vontade de ficar perto da amada. Mas nem sempre é possível o encontro entre eles e nem sempre é fácil para Rhiannon aceitar as mudanças, mesmo reconhecendo A a cada dia e a cada corpo.

A é um narrador maravilhoso e os insights que ele nos dá são incríveis. As questões que ele levanta são as que sempre pensamos: quem somos? Mente ou corpo ou alma? O que nos torna indivíduos? Impossível não se apaixonar por essa história de amor tão diferente  e delicada e por esses personagens tão envolventes. Impossível não se envolver nos questionamentos levantados e não deixar a mente viajar na leitura.  Um livro para ser lido e relido.